Pedagógico III – Agr. 272

Enquadramento

Como surgiu

Totem é uma palavra dos Peles Vermelhas e designa simplesmente o “Brasão” ou as “Armas” que a família o traz. O “Brasão” era pintado ou cravado na maioria dos objetos usados pelo proprietário. As famílias dos Peles Vermelhas da América mandavam esculpir os seus Totens. Geralmente eram altos pilares ou postes de cedro, admiravelmente trabalhados. O “Brasão” ficava no elmo e em geral era um animal selvagem, ave ou peixe. Os Índios tinham-no como talismã e acreditavam que velava por eles e os protegia. Perfeito conhecedor desta situação, Baden-Powell trouxe para o Escutismo toda esta forma e Mística, integrando-a e aplicando-a no Sistema de Patrulhas e Conselhos e faz delas um dos piares da “Estrutura do Espírito de Patrulha”.

Totem Pessoal

Um bom escuta aprende todas as boas características do TOTEM da sua patrulha e procura imitá-lo. Assim um “Lince” procurará ser um bom observador e não pode consentir que um “Veado” veja melhor. Uma “Raposa” será astuta, um “Leão” será forte, mas leal. Poderás ainda arranjar, para ti, um sobrenome que te indique uma Virtude ou Característica a atingir – o teu TOTEM PESSOAL. Assim serás o “Lince Pisteiro” – se te queres especializar em pistas – o “Águia Veloz” se quiseres “voar” com rapidez ou o “Lobo Milionário” se queres ser um tesoureiro de uma patrulha eficaz.

A escolha de um Totem Pessoal deve ser feita tendo em conta a Patrulha onde se está inserido, bem como as virtudes ou características que se pretende atingir. Deve ainda poder contribuir eficazmente para ajudar o Escuta, no cumprimento da Lei, Princípios e Promessa.

O Desenho do Totem Pessoal deverá ser criado de maneira a que ele se torne para o Escuta, numa verdadeira assinatura em todas as situações escutistas, como por exemplo:

Atas
Autógrafos
Cartas
Jogos de Pistas
Mensagens
Artigos para a “Flor de Lis”

A escolha do Totem Pessoal deve ser ainda uma afirmação coletiva de alegria, pois ao ser escolhido e adotado mais um Totem Pessoal, é a comunidade que fica mais rica. Por isso, sempre que possível, deve proceder-se ao “Batismo” do pioneiro que acaba de dar mais este passo para a sua felicidade. Eis alguns exemplos de Totens Pessoais:

Esquilo Ativo
Esquilo Trepador
Gazela Veloz
Castor Audaz
Urso Corredor
Castor Inventor
Pinguim Tagarela
Pantera Audaciosa
Andorinha Protetora
Mocho Falante
Lobo Útil
Leão Protetor
Hipocampo Sorridente
Águia Pensativa
Pardal Curioso
Cuco Persistente
Leão Pequenote
Gaivota Louca

A Ceromónia

Com todo o Grupo disposto em círculo à sua volta, o Guia de Comunidade (GC) recebe o pioneiro a batizar (PB), trazido pelo seu Guia de Equipa (GE). Desenrola-se, então, o seguinte diálogo:

GE (dirigindo-se ao GC): O ____________ (nome do PB) já escolheu o seu Totem Pessoal e quer comunicá-lo ao grupo.

GC (dirigindo-se ao PB): Compreendes que ao escolheres um Totem Pessoal, para ser parte essencial da tua pessoa, estás a apropriar-te do seu nome, reafirmando com isso a tua própria identidade, que te compromete perante Deus, a Honrar e a Seguir realmente as “pegadas” do teu animal Totem?

PB: Sim, com a ajuda de Deus.

GC: Diz-nos então qual é o Totem que escolheste e pelo qual pretendes ser conhecido a partir de hoje e durante toda a atua vida de Escuta.

PB: _________________ é o Totem que escolhi!

GC: Selemos então este contrato, pois ___________________ (Totem) serás!

(neste momento, o Guia de Comunidade derrama um pouco de água sobre o ombro esquerdo do pioneiro, de modo a molhar o distintivo de Equipa)

Enquanto o Guia de Comunidade “batiza” o pioneiro, a Comunidade faz o seguinte:

Os membros da Equipa rodeiam o pioneiro
O GE lança o Grito de Equipa em sinal de aclamação do PB
As restantes equipas associam-se a esta aclamação, através dos seus respetivos gritos

Notas finais

Torna-se necessário rodear esta “Cerimónia de Totenização” de um certo número de condições, de modo a evitar que esta prática se torne num “folclore escutista”, perdendo todo o seu poder místico e educativo. Por isso recomenda-se que:

Esta cerimónia só deverá acontecer durante uma atividade importante da Comunidade, de preferência no Empreendimento final de ano
Deverá ser o Guia de Comunidade a presidir a este Cerimonial e não o Chefe de Unidade
Deverá existir na Comunidade um recipiente próprio para o “Batismo”, de preferência um artigo de artesanato local. Será pendurado na vara do GC, que o trará sempre consigo, servindo exclusivamente para esse efeito. A sua decoração e manutenção em bom estado é da responsabilidade do GC.